WISC-V e Invariância de Medição: Contribuições para uma avaliação cognitiva justa e livre de viés
Marcela Rodríguez-Cancino. Chile
Um dos maiores desafios da avaliação psicológica atual é que as medidas de teste devem ser justas e culturalmente relevantes, dado o impacto da sua utilização nas trajectórias de vida das pessoas. A este respeito, as directrizes internacionais, como as Normas para os Testes Educativos e Psicológicos (American Education Research Association [AERA], American Psychological Association [APA] & National Council on Measurement in Education [NCME], 2018) e as directrizes da International Test Commission [ITC], coincidem em destacar a importância de os testes psicológicos terem evidências suficientes sobre a exatidão ou consistência dos seus resultados (Fiabilidade), sobre o grau em que a teoria e as evidências empíricas apoiam as interpretações dos seus resultados (Validade) ou sobre a sua capacidade de gerar medidas livres de enviesamento (Imparcialidade).
Uma das estratégias psicométricas que pode contribuir para verificar a equidade de um teste é a Invariância de Medida. Através deste tipo de análise é possível elucidar se as pontuações de um teste reflectem variações reais no constructo medido e não estão associadas às características do grupo a que pertence o avaliado ou a enviesamentos do instrumento.Uma das estratégias psicométricas que pode contribuir para a verificação da imparcialidade de um teste é a Invariância de Medida. Por meio desse tipo de análise é possível elucidar se os escores do teste refletem variações reais no construto medido e não estão associados a características do grupo ao qual pertence o avaliado ou a vieses do instrumento.
O presente artigo explorou se os constructos medidos na Escala de Inteligência Wechsler para Crianças (WISC-V) são equivalentes de acordo com o sexo e o grupo etário numa amostra de 740 alunos chilenos com idades compreendidas entre os 6 e os 16 anos da amostra de normalização. Neste trabalho, testámos a invariância de medida de duas variantes do modelo pentafactorial da inteligência com os 10 subtestes primários (hierárquico e oblíquo), utilizando a Análise Fatorial Confirmatória Multigrupo. Os resultados mostram uma invariância completa por género, mas incompleta por grupo etário, e estes resultados são discutidos numa tentativa de contribuir para boas práticas na utilização deste instrumento.
Referência
Rodríguez-Cancino, M., & Concha-Salgado, A. (2023). WISC-V Measurement Invariance According to Sex and Age: Advancing the Understanding of Intergroup Differences in Cognitive Performance. Journal of Intelligence 11: 180. https://doi.org/10.3390/jintelligence11090180
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