
A Esperança no Câncer de Mama: uma revisão sistemática da literatura

Ellen Carolina de Paula Faria – ellencarolina.faria@gmail.com
Solange Muglia Wechsler – wechsler@puc-campinas.edu.br
Resumo: O Câncer de Mama é um problema de saúde pública em vários países. A Esperança, força contida na virtude Temperança das Forças de Caráter, é fundamental para a promoção do bem-estar em mulheres com câncer de mama. Utilizando a Psicologia Positiva como base para o entendimento e interpretação dos resultados, esta revisão sistemática de literatura tem como objetivo elucidar e trazer dados atualizados sobre o panorama das pesquisas sobre o tema nos últimos três anos, de 2022 a 2024. Utilizando a metodologia prisma para análise dos resultados, foram selecionados 16 artigos que foram analisados nos quesitos: ano de publicação, país, idioma publicado, tipo de pesquisa, instrumentos e estratégias utilizadas nos estudos, presença ou não de intervenção, constructos avaliados, área do conhecimento e amostra. Como resultados, tem-se que: o ano com mais pesquisas sobre o tema foi 2024; o Irã foi o país com maiores porcentagens de publicações, com 25%; os artigos foram publicados majoritariamente no idioma inglês, com 87,5%; 50% das pesquisas foram qualitativas, e 50% quantitativas; os meios de coleta de dados mais empregados nos artigos foram entrevista semiestruturada, questionário sociodemográfico (14,3%) Escala de Esperança de Herth, com (5,7% )e a Escala de Esperança Estado, com (5,7%); 93,81% dos artigos não eram sobre intervenções, e o constructo mais abordado foi Esperança. Conclui-se que a Esperança tem um papel fundamental no fortalecimento de mulheres com câncer de mama, sendo que mais pesquisas brasileiras e internacionais sobre a temática, principalmente no campo das intervenções, necessitam ser realizadas.
Palavras-chave: neoplasia mamária; forças de caráter; psicologia positiva
Introdução
No início da Psicologia enquanto ciência, os estudos estavam voltados exclusivamente para a investigação e detecção das doenças e problemas que ocorriam com os seres humanos. Porém, a grande contribuição de Seligman (1991) foi propor o modelo da Psicologia Positiva, a qual considera não somente as fraquezas dos indivíduos, mas também suas virtudes, integrando ambos os olhares para uma visão integral dos seres humanos.
A Psicologia Positiva é um campo que promove principalmente o estudo das forças e potencialidades humanas. Na tentativa de desvencilhar-se da psicopatologia que imperava até a época da Segunda Guerra Mundial, a Psicologia Positiva propôs um novo modelo de entendimento dos fenômenos. Na proposta da Psicologia Positiva existe o entendimento e a valorização das forças de caráter de indivíduos e grupos (Seligman & Csikszentmihalyi, 2000; Pacico & Bastianello, 2014).
A Esperança, importante conceito da Psicologia Positiva, é uma força de caráter envolvida na Temperança. Assim sendo, a Esperança pode ser entendida como a capacidade que um indivíduo possui de encontrar caminhos, rotas e energia para atingir seus objetivos (Snyder, 2000; Seligman, 2010). Esta importante força tem o poder de auxiliar pessoas em sofrimento a desenvolver estratégias para lidar com as tribulações da vida (Long et al., 2021). De acordo com Snyder (2002), teórico que formulou a Teoria da Esperança, pessoas que possuem altos níveis de Esperança conseguem buscar alternativas e caminhos para superar as dificuldades que enfrentam na vida. O câncer de mama é uma doença que afeta a saúde pública como um todo. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer de Mama (INCA) estão previstas, no triênio de 2023 a 2025, mais de 73 mil novas ocorrências de câncer de mama em território brasileiro. Segundo Sartore (2007) a Esperança é um fator que auxilia os pacientes no enfrentamento das doenças e tratamentos.
Pesquisas recentes destacam que a esperança contribui para a qualidade de vida e o bem-estar subjetivo de mulheres com câncer de mama, funcionando como uma variável mediadora entre sofrimento e adaptação (Souza & Santos, 2021). Além disso, a presença de forças positivas, como otimismo e gratidão, tem se mostrado associada a menores índices de ansiedade e depressão nesse público (Silva & Oliveira, 2020). Sendo assim, neste estudo pretende-se realizar uma revisão da literatura pré-existente sobre a Esperança no câncer de mama.
Método
Nesta pesquisa foi realizada uma revisão sistemática de literatura sobre a Esperança em mulheres com câncer de mama. Foram utilizadas as seguintes bases eletrônicas: SCIELO e CAPES (Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoa de Nível Superior (CAPES) com as seguintes palavras have: “Esperança”; “Mulheres” e “Câncer”, utilizando o caracterizador “AND”. Ademais, foram pesquisados estudos em inglês, sendo neste idioma as palavras-chave “Hope”, “Women” e “Cancer”. Os estudos em espanhol foram explorados através das palavras-chave “Esperanza”, “Mujeres” e “Cáncer”.
Os critérios de inclusão para a seleção dos artigos foram: estar nos idiomas português, inglês e espanhol, e ter sua publicação nos últimos três anos, ou seja, entre os anos de 2022 a 2024. Os critérios para exclusão dos estudos foram: publicações em que não foi possível ter acesso ao texto completo; testes e dissertações; revisões de literatura; produções em duplicidade; teses e dissertações; trabalhos ou anais de congresso; estudos sem relação com o tema desta pesquisa.
O processo de seleção dos estudos seguiu as diretrizes do PRISMA (2020). Foram encontrados 161 artigos nos indexadores sobre a temática. Aplicando os critérios de inclusão e exclusão, foram selecionadps 17 estudos, sendo 14 da CAPES e 3 artigos do SCIELO. Porém um estudo estava em duplicidade, e foi excluído. Sendo assim, totalizou-se 16 artigos selecionados ao final.
Resultados e Discussão
Dezesseis artigos foram selecionados no total., Estes estudos foram analisados tendo como base o ano de publicação, país em que foi realizada a pesquisa, idioma do artigo, tipo de pesquisa, instrumentos de avaliação utilizados, presença ou não de intervenção, área do conhecimento, amostra e conclusões.
No que se refere ao ano de publicação, percebe-se que os estudos que relacionam Esperança no câncer de mama em mulheres têm apresentado um crescimento ao longo dos anos. Do total de estudos encontrados, 12,5% (n=2) foram publicados em 2022; 37,5% (n=6) foram publicados em 2023 e 50% (n=8) no ano de 2024. Tais resultados apontam para o interesse do tema, que é a Esperança em mulheres com neoplasia mamária. Segundo Silva, Torres e Flores (2023) é vital investigar a Esperança em pacientes da oncologia com o objetivo de promover estratégias de enfrentamento e o aumento da qualidade de vida.
Em relação à porcentagem de pesquisas realizadas por país, identificou-se que o Irã lidera as pesquisas sobre Esperança e Câncer de mama em mulheres nos últimos anos, com 25% (n=4) dos estudos. O segundo maior índice em pesquisas sobre o tema é da Turquia, com 12,5% (n=2), seguido dos seguintes países, que apresentam a mesma porcentagem de 6,25% (n=1): Tailândia, Tanzânia, México, Malásia, Etiópia, Estados Unidos, Brasil, Austrália e África do Sul.
Percebe-se uma carência na representatividade brasileira nos estudos sobre Esperança no câncer de mama, pois nos últimos três anos publicou apenas 6,25% (n=1) do total. Tais
resultados podem ser interpretados como alarmantes, visto que de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA) o número de casos de mulheres com neoplasia das mamas tende a aumentar significativamente (INCA, 2023). Com tais dados se concretizando na realidade brasileira, se faz importante questionar o número irrisório de publicações sobre Câncer e esperança no país.
Sobre os idiomas que contaram nos artigos selecionados, a maioria dos estudos foram publicados em inglês, com 87,5% de ocorrências (n=14), enquanto 6,5% estavam em português, e a mesma porcentagem em espanhol. Segundo Bitetti e Ferreras (2016) os pesquisadores preferem publicar em inglês para atingir maior impacto internacional.
Em relação ao tipo de estudo, percebe-se um equilíbrio nas pesquisas qualitativas e quantitativas sobre Esperança no câncer de mama, indicando a diversidade no campo científico. De acordo com Günther (2006) ambos os tipos de pesquisa (qualitativo e quantitativo) tem o seu mérito, vantagens e desvantagens, e a escolha de uso de um ou outro depende do método escolhido e da pergunta de pesquisa.
Acerca dos instrumentos mais utilizados nas pesquisas sobre Esperança no câncer de mama, 35 formas de avaliação foram encontradas nos artigos selecionados. Deste total, a entrevista semiestruturada aparece em primeiro lugar, com 20% (n=7). Segundo Manzini e Lupetina (2024) este tipo de coleta de dados é caracterizado pela criação de um roteiro anterior, embora outras perguntas podem ser acrescentadas ao roteiro original. De acordo com Bleger (1998) a entrevista é um dos tipos de métodos mais utilizados na ciência psicológica para investigar fenômenos.
Em segundo lugar quanto aos meios de coleta de dados mais empregados nos artigos encontrados está o questionário sociodemográfico, com 14,3% (n=5), seguido de dois instrumentos específicos de avaliação da Esperança, cada um com 5,7% (n=2), que são Escala de Esperança de Herth e a Escala de Estados de Esperança por Snyder e colaboradores. A Escala de Esperança de Herth é um instrumento adaptado culturalmente e validado para o contexto brasileiro em 2007 pela pesquisadora Alessandra Cristina Sartore. Em sua tese de mestrado, sob a orientação da professora e doutora Sônia Aurora Alves Grossi, Sartori realizou uma pesquisa com pacientes oncológicos e com doenças crônicas. Neste estudo, a adaptação do The Herth Hope Index apresentou bons resultados psicométricos e de validade convergente, sendo que o índice de Cronbach foi de 0,834 (Sartore, 2007). A Escala de Esperança Estado foi um instrumento criado por Snyder e colaboradores em 1996 para avaliar os estados de Esperança (Robalo, 2010).
Sobre a análise da presença ou não de intervenções nas pesquisas dos artigos selecionados, foi identificado que a maior parte dos estudos, 93,8% (n=15), não abarcam intervenções que estimulassem a Esperança em seus participantes. De acordo com Balsani, Grossi e Herth (2010) a Esperança é a força que encoraja os seres humanos para encontrar o t sentido de vida, promovendo o bem-estar e atenuando sofrimento. Portanto, se faz não apenas importante, mas necessário, que novos estudos aplicados sejam realizados a fim de propor intervenções efetivas que estimulem o desenvolvimento e aumento desta força nos indivíduos.
Foram identificados um total de 45 constructos abordados ou avaliados nos artigos. Destes, a maior parte, com 31,1% (n=14) incluíram a Esperança, seguidos por Estresse (11,1%; n=5), Sentimentos (8,8%; n=4) e Espiritualidade (6,6%; n=3).
A Espiritualidade é uma das forças contidas na virtude Transcendência na teoria das Forças de Caráter (Selligman, 2010).
Ademais, foi percebida uma diversidade em termos amostrais nos estudos avaliados, já que os cientistas consideraram em suas pesquisas não somente mulheres com câncer de mama, mas também pessoas em geral sem qualquer patologia, cuidadores de pessoas com câncer, familiares e profissionais da área da saúde.
Conclusão
A partir desta revisão de literatura percebe-se a imensa carência de estudos brasileiros sobre Esperança no câncer de mama em mulheres no Brasil. A nível mundial, evidencia-se a necessidade de pesquisas principalmente no campo das intervenções, já que vários estudos corroboram com o fato de que a Esperança promove qualidade de vida, bem-estar, resiliência e estratégias de enfrentamento em indivíduos que enfrentam o processo de adoecimento.
—————————————–
Hope in Breast Cancer: a systematic review of the literature
Abstract: Breast Cancer is a public health problem in several countries. Hope, a strength contained in the virtue Temperance of Character Strengths, is fundamental for the promotion of well-being in women with breast cancer. Using Positive Psychology as a basis for understanding and interpreting the results, this systematic literature review aims to elucidate and bring updated data on the panorama of research on the subject in the last three years, from 2022 to 2024. Using the prism methodology for analyzing the results, 16 articles were selected and analyzed in the following categories: year of publication, country, language published, type of research, instruments and strategies used in the studies, presence or absence of intervention, constructs evaluated, area of knowledge and sample. As a result, it is found that: the year with the most research on the subject was 2024; Iran was the country with the highest percentages of publications, with 25%; the articles were mostly published in English, with 87.5%; 50% of the research was qualitative, and 50% quantitative; the means of data collection most used in the articles were semi-structured interviews, sociodemographic questionnaires (14.3%), the Herth Hope Scale, with (5.7%) and the State Hope Scale, with (5.7%); 93.81% of the articles were not about interventions, and the most discussed construct was Hope. It is concluded that Hope has a fundamental role in strengthening women with breast cancer, and more Brazilian and international research on the subject, especially in the field of interventions, needs to be carried out.
Keywords: breast neoplasia; character strengths; positive psychology
Introduction
At the beginning of Psychology as a science, studies were focused exclusively on the investigation and detection of diseases and problems that occurred with human beings. However, Seligman’s (1991) great contribution was to propose the model of Positive Psychology, which considers not only the weaknesses of individuals, but also their virtues, integrating both perspectives for an integral view of human beings.
Positive Psychology is a field that mainly promotes the study of human strengths and potentialities. To get rid of the psychopathology that prevailed until the time of World War II, Positive Psychology proposed a new model of understanding phenomena. In the proposal of Positive Psychology there is an understanding and appreciation of the character strengths of individuals and groups (Seligman & Csikszentmihalyi, 2000; Pacico & Bastianello, 2014).
Hope, an important concept of Positive Psychology, is a character force involved in Temperance. Therefore, Hope can be understood as the ability of an individual to find paths, routes and energy to achieve their goals (Snyder, 2000; Seligman, 2010). This important force has the power to help people in suffering develop strategies to cope with life’s tribulations (Long et al., 2021). According to Snyder (2002), the theorist who formulated the Theory of Hope, people who have high levels of Hope are able to seek alternatives and ways to overcome the difficulties they face in life.
Breast cancer is a disease that affects public health. According to the National Breast Cancer Institute (INCA), more than 73 thousand new occurrences of breast cancer are expected in the triennium from 2023 to 2025 in Brazilian territory. According to Sartore (2007), Hope is a factor that helps patients cope with diseases and treatments.
Recent research highlights that hope contributes to the quality of life and subjective well-being of women with breast cancer, functioning as a mediating variable between suffering and adaptation (Souza & Santos, 2021). In addition, the presence of positive forces, such as optimism and gratitude, has been shown to be associated with lower rates of anxiety and depression in this audience (Silva & Oliveira, 2020). Thus, this study aims to review the existing literature on Hope in breast cancer in the last three years.
Method
In this research, a systematic review of the literature on Hope in women with breast cancer was carried out. The following electronic databases were used: SCIELO and CAPES (Periodicals of the Brazilian Coordination for the Improvement of Higher Education) with the following words have: “Hope”; “Women” and “Cancer”, using the characterizer “AND”. In addition, studies were searched in English, with the keywords “Hope”, “Women” and “Cancer” in this language. Studies in Spanish were explored through the keywords “Esperanza”, “Mujeres” and “Cáncer”.
The inclusion criteria for the selection of articles were: to be in Portuguese, English, and Spanish, and to have been published in the last three years, that is, between the years 2022 and 2024. The criteria for exclusion of the studies were: publications in which it was not possible to have access to the full text; tests and dissertations; literature reviews; duplicate productions; theses and dissertations; congress papers or proceedings; studies unrelated to the theme of this research.
The study selection process followed the PRISMA guidelines (2020). A total of 161 articles were found in the indexes on the subject. Applying the inclusion and exclusion criteria, 17 studies were selected, 14 from CAPES and 3 from SCIELO. However, one study was duplicated, and was excluded. Thus, a total of 16 articles were selected at the end.
Results and Discussion
Sixteen articles were selected in total. These studies were analyzed based on the year of publication, country in which the research was carried out, language of the article, type of research, evaluation instruments used, presence or absence of intervention, area of knowledge, sample and conclusions. Regarding the year of publication, the studies that relate Hope to breast cancer in women have shown growth over the years. Of the total studies found, 12.5% (n=2) were published in 2022; 37.5% (n=6) were published in 2023 and 50% (n=8) in 2024. These results point to the interest of the theme, which is Hope in women with breast cancer. According to Silva, Torres and Flores (2023) it is vital to investigate Hope in oncology patients with the aim of promoting coping strategies and increasing quality of life.
Regarding the percentage of searches carried out by country, it was identified that Iran leads the searches on Hope and Breast Cancer in women in recent years, with 25% (n=4) of the studies. The second highest index in surveys on the subject is Turkey, with 12.5% (n=2), followed by the following countries, which have the same percentage of 6.25% (n=1): Thailand, Tanzania, Mexico, Malaysia, Ethiopia, the United States, Brazil, Australia and South Africa.
There is a lack of Brazilian representativeness in studies on Hope in breast cancer, as in the last three years it has published only 6.25% (n=1) of the total. Such results can be interpreted as alarming, since according to the National Cancer Institute (INCA) the number of cases of women with breast cancer tends to increase significantly (INCA, 2023). With such data materializing in the Brazilian reality, it is important to questionthe derisory number of publications on Cancer and hope in the country.
Regarding the languages that counted in the selected articles, most of the studies were published in English, with 87.5% of occurrences (n=14), while 6.5% were in Portuguese, and the same percentage in Spanish. According to Bitetti and Ferreras (2016), researchers prefer to publish in English to achieve greater international impact.
Regarding the type of study, there is a balance in qualitative and quantitative research on Hope in breast cancer, indicating diversity in the scientific field. According to Günther (2006) both types of research (qualitative and quantitative) have their merits, advantages and disadvantages, and the choice of using one or the other depends on the chosen method and the research question.
Regarding the instruments most used in research on Hope in breast cancer, 35 forms of evaluation were found in the selected articles. Of this total, the semi-structured interview appears in first place, with 20% (n=7). According to Manzini and Lupetina (2024) this type of data collection is characterized by the creation of a previous script, although other questions can be added to the original script. According to Bleger (1998), the interview is one of the most used types of methods in psychological science to investigate phenomena.
In second place regarding the means of data collection most used in the articles found is the sociodemographic questionnaire, with 14.3% (n=5), followed by two specific instruments for the evaluation of Hope, each with 5.7% (n=2), which are the Herth Hope Scale and the Hope States Scale by Snyder et al. The Herth Hope Scale is an instrument culturally adapted and validated for the Brazilian context in 2007 by researcher Alessandra Cristina Sartore. In his master’s thesis, under the guidance of professor and doctor Sônia Aurora Alves Grossi, Sartori carried out research with cancer patients and those with chronic diseases. In this study, the adaptation of The Herth Hope Index showed good psychometric results and convergent validity, with the Cronbach index being 0.834 (Sartore, 2007). The State Hope Scale was an instrument created by Snyder et al. in 1996 to assess states of Hope (Robalo, 2010).
Regarding the analysis of the presence or absence of interventions in the research of the selected articles, it was identified that most of the studies, 93.8% (n=15), do not include interventions that stimulate Hope in their participants. According to Balsani, Grossi and Herth (2010) Hope is the force that encourages human beings to find the meaning of life, promoting well-being and alleviating suffering. Therefore, it is not only important, but necessary, that new applied studies be carried out to propose effective interventions that stimulate the development and increase of this strength in individuals.
A total of 45 constructs addressed or evaluated in the articles were identified. Of these, the majority, with 31.1% (n=14) included Hope, followed by Stress (11.1%; n=5), Feelings (8.8%; n=4) and Spirituality (6.6%; n=3). Spirituality is one of the forces contained in the Transcendence virtue in the theory of Character Strengths (Selligman, 2010).
In addition, a diversity in terms of sampling was perceived in the studies evaluated, since the scientists considered in their research not only women with breast cancer, but also people in general without any pathology, caregivers of people with cancer, family members and health professionals.
Conclusion
From this literature review, there is a huge lack of Brazilian studies on Hope in breast cancer in women in Brazil. Worldwide, there is a need for research, especially in the field of interventions, since several studies corroborate the fact that Hope promotes quality of life, well-being, resilience and coping strategies in individuals who face the disease process.
Referências – References:
Balsanelli, A.C.S.; Grossi,S.A.A.; Herth, K. (2011). Avaliação da esperança em pacientes com doença crônica e em familiares ou cuidadores. Acta Paul Enferm,24(3):354-8.
Bitetti, M. S.; Ferreras, J. A. (2016). Publish (in English) or perish: The effect on citation rate of using languages other than English in scientific publications. Ambio. 2016, pp. 1-7. DOI: 10.1007/s13280-016-0820-7
Bleger, J. (1998). Temas de psicologia: entrevista e grupos. José Bleger ; tradução Rita Maria M. de Maraes ; revisão Luis Lorenzo Rivera. – 2. ed. – São Paulo: Martins Fontes, 1998. – (Psícologia e pedagogia)
Boehs, S. T. M. & Silva, N. (2017). Psicologia positiva nas organizações e no trabalho: Conceitos fundamentais e sentidos aplicados. Vetor Editora.
Bortolozzi, A. C. (2020). Questionário e entrevista na pesquisa qualitativa: elaboração, aplicação e análise de conteúdo – Manual Didático. São Carlos: Pedro & João Editores, 2020. 52p.
Günther, H. (2006). Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa: esta é a questão? Psic.: Teor. e Pesq. 22 (2) • Ago 2006. DOI:https://doi.org/10.1590/S0102-37722006000200010
Long, L. J. (2022). Hope and PTSD: Current Opinion in Psychology. V. 48, December 2022, 101472. https://doi.org/10.1016/j.copsyc.2022.101472
Manzini, E. J.; Lupetina, R. (2024). Um estudo sobre a elaboração de roteiros para entrevista semiestruturada. Revista Cocar, V.21 N.39/2024. p. 1-19.
Omais, S. (2018). Manual de Psicologia Positiva : tudo o que você precisa saber sobre o movimento que vem mudando a forma de olhar o ser humano, despertando o melhor das pessoas e unindo: ciência, felicidade e bem-estar. ed. – Rio de Janeiro: Qualitymark Editora, 2018.
Pacico, J. C.; Bastianello, M. R. (2014). Instrumentos para Avalação da Esperança: Escala de Esperança Disposicional e Escala de Esperança Cognitiva. In: HUTZ, C. S. (org). Avaliação em Psicologia Positiva.Porto Alegre: Artmed, 2014, p.101-110.
Robalo, M. L. V. (2010). Perdão e Esperança na promoção da saúde mental do sénior. Dissertação para a obtenção do grau de mestre em Psicologia da Saúde. Faculdade de ciências humanas e sociais, universidade do algarve.
Santos, L.; Faro, A. (2020) Otimismo: teoria e aplicabilidade para a Psicologia. Revista Psicologia e Saúde, v. 12, n. 2, maio/ago. 2020, p. 123-139. doi: http://dx.doi.org/10.20435/pssa.v0i0.898
Sartore A. C. (2007). Adaptação cultura e validação do Herth Hope Index para a língua portuguesa: estudo em pacientes com doenças crônicas [tese]. [São Paulo(SP)]: Universidade de São Paulo.
Seligman, M. E. P. (2010). Felicidade Autêntica: usando a nova Psicologia Positiva para a realização permanente. Rio de Janeiro, Objetiva.
Seligman, M. E. P. (1998). Building human strength: Psychology’s forgotten mission (Vol. 29, Issue 1). https://nonopp.com/ar/Psicologia/00/pres.htm
Seligman, M. E. P., & Csikszentmihalyi, M. (2000). Positive psychology: an introduction. American Psychologist, 55(1), 5-14. http://dx.doi.org/10.1037/0003-066X.55.1.5
Silva, L. G. A.; Torres, C. G.; Flores, G. P. (2023). O esperançar no adoecimento pelo câncer: análise da esperança como recurso de enfrentamento do câncer por pacientes oncológicos Hope when falling ill with cancer: analysis of hope as a resource for coping with cancer for cancer patients. Revista JRG de Estudos Acadêmicos, Ano 6, Vol. VI, n.13, jul.-dez., 2023. DOI: 10.55892/jrg.v6i13.874.
Silva, M. R. da, & Oliveira, M. F. de. (2020). Otimismo e suporte social em mulheres com câncer de mama. Revista Brasileira de Psicologia da Saúde, 12(2), 45–58. https://doi.org/10.15348/1980-6906/PSICOLOGIA.V18N2P19-33
Souza, L. M. de, & Santos, M. A. dos. (2021). Mulheres diagnosticadas com câncer de mama: crescimento pós-traumático e variáveis associadas. Psicologia em Estudo, 26, e45678.
Snyder, C. R. (2000).Handbook of Hope: Theory, Measures, and Applications. San Diego, CA: Academic Press, 2000.
Ministério da Saúde, BR (2023). Instituto Nacional do Câncer. Dados e Números sobre o Câncer de Mama: relatório anual 2023. Río de Janeiro: setembro/2023.Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//relatorio_dados-e-numeros-ca-mama-2023.pdf.