Experiências de Minorias Sexuais nos Serviços de Terapia em Porto Rico: Um Estudo Qualitativo
Edna Mattei-Torres & Caleb Esteban. Puerto Rico
Apesquisa mostrou que indivíduos que se identificam como lésbicas, gays e bissexuais (LGB+) frequentemente percebem que seus terapeutas não possuem o entendimento essencial para abordar sua orientação sexual. Alguns terapeutas ignoram ou não conseguem atender às suas necessidades específicas, ou veem sua orientação sexual como um problema. Este estudo teve como objetivo explorar as perspectivas de indivíduos LGB+ sobre sua satisfação com a terapia recebida. Para isso, foi realizada uma análise qualitativa de dados secundários de um estudo com metodologia mista e foco fenomenológico exploratório, para obter insights sobre as experiências terapêuticas dos participantes (Creswell & Creswell, 2018; Hernández-Sampieri et al., 2014). O estudo incluiu 87 participantes, dos quais 21,8% (n=19) se identificaram como lésbicas, 49,5% (n=43) como gays e 28,7% (n=25) como bissexuais+. A maioria se identificou como masculino (56,3%, n=49), com idade média de 31 anos. Quase metade dos participantes (44,8%, n=39) relatou ao menos um encontro negativo na terapia, e 8% (n=7) afirmaram não ter tido experiências positivas em sessões de terapia. A análise utilizou uma abordagem temática para identificar padrões recorrentes ou temas nos dados qualitativos (Maguire & Delahunt, 2017). Os participantes compartilharam percepções sobre suas jornadas terapêuticas, destacando o papel dos profissionais de saúde mental em psicologia, psiquiatria e aconselhamento, seja facilitando ou apresentando desafios durante esses processos. Os temas identificados incluíram: preconcepções sobre o desenvolvimento da orientação sexual; sentimentos ao revelar a orientação sexual; sinais de entendimento ou incompreensão; qualidades pessoais; qualidades profissionais; e experiências religiosas, homofóbicas, bifóbicas e heterossexistas. Embora alguns participantes tenham relatado experiências positivas com seus terapeutas, outros enfrentaram desafios como invalidação, falta de conhecimento sobre a comunidade LGB+ e encontros com homofobia, bifobia e aspectos religiosos durante o tratamento psicológico. Os dados enfatizam a importância de os profissionais de saúde adquirirem as competências e habilidades necessárias para oferecer serviços éticos e personalizados que atendam às necessidades específicas dessas comunidades.
Referência
Esteban, E., Francia-Martínez, M., Bruno-Ortiz T., Santiago-Ortiz, A. M., Mattei- Torres E.,, Jiménez-Ricaurte C., Montalván-López A., Irizarry-Rodríguez A, & Her- nández del Valle, S. (2023). Experiencias de Minorías Sexuales en los Servicios de Terapia en Puerto Rico: Un Estudio Cualitativo/Sexual Minorities’ Experiences in Therapy Services in Puerto Rico: A Qualitative Study. Revista Caribeña de Psicología, 5, e7433. http://doi.org/10.37226/rcp.v7i1.7433
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